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O sul da Bahia sempre foi rico em talentos culturais, mas eles nunca eram reconhecidos e na maioria das vezes acabavam escondidos do público. O artista regional era considerado um pouco abaixo dos vagabundos e só os de fora eram respeitados. Assim era até 1993.
A rádio Morena FM, que desde 1987 vinha apoiando todos os eventos culturais, resolveu dar um basta nesta situação quase humilhante. Para isso ela criou o Projeto Jupará de Valorização do Artista Grapiúna. Grapiúna é quem vive na região cacaueira da Bahia e Jupará é uma espécie de macaco em extinção, que se alimenta da polpa do cacau e depois planta as sementes. Assim como o Jupará macaco plantava riquezas (o cacau), o Jupará projeto planta talentos. O primeiro passo foi criar o Troféu Jupará, em 93, com uma característica importante para garantir sua credibilidade: ele é o único da Bahia com votação direta do público, em computadores instalados em Itabuna e Ilhéus. Logo no primeiro ano o Jupará se revelou um enorme sucesso em toda a região e mostrou como ela estava carente deste tipo de evento. A valorização dos artistas sulbaianos foi imediata e já em 94 eles subiram de status. Agora eram estrelas de uma música que ainda não tinha nome. Os bares e restaurantes, que sempre usavam som mecânico, passaram a exigir música ao vivo feita por talentos sulbaianos. Os finalistas das categorias musicais passaram a ganhar a gravação de uma música em DAT (digital) no MM Studio e o acesso à programação da Morena FM, a líder de audiência na região. Em pouco tempo os artistas sulbaianos viraram estrelas valorizadas pela música que cantavam na Morena. Este som, baseado em MPB mas com traços próprios, ganhava um nome em 95: Música Popular Grapiúna, ou MPG, e um dos premiados do Troféu virava artista nacional: o Cacau Com Leite, então na Polygram e vendendo bastante. O Troféu Jupará gerou uma editora musical e gravadora, a Jupará Records, influenciou as outras rádios e tevês, e criou um mercado para a nossa MPG. Hoje o artista grapiúna tem trabalho e respeito em sua região, e leva seu talento para outros estados e países através dos CDs prensados pela JR. É de longe o evento cultural mais importante da Bahia, por sua constância, qualidade e resultados. O projeto também originou, em 2002, a Fundação Jupará de Cultura e Ecologia, entidade sem fins lucrativos que se dedica a promover, apoiar, desenvolver e divulgar a cultura sulbaiana, além de lutar pelo meio ambiente através da educação. |